segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

SAUDADES DE MIM MESMO

Quem, que ao passar dos setenta, não quereria voltar ao passado, que já se lá foi, no tempo de criança, sem as responsabilidades que hoje já lotam as nossas costas. Dias há que o tempo fica tão minguado que não se pode seguir o dito popular: “ NÃO DEIXES PARA AMANHÃ, O QUE PODES FAZER HOJE”, acumulando desta forma os nossos quefazeres. Recriminamo-nos então a nós mesmos, por não sabermos ter aproveitado melhor aquela época só quase que de lazer.


SAUDADES DE MIM MESMO
AYRES KOERIG

Tudo era riso, tudo festa e glória,
Na década de trinta e de quarenta...
Àqueles dias trago-os na memória,
E a mágoa cá por este peito aumenta.

Poucos reveses que houve em minha história,
Foram mui leves que qualquer agüenta...
Nunca era coisa por demais notória,
Algum senão sem causa turbulenta.

Assim se definiu o meu passado;
De não envelhecer foi meu desejo.
Mas uma voz que me acompanha e que ouço,

Vive a me martelar em tom pausado...
Perscruto, olho para trás e então só vejo,
A sombra do que fui quando era moço!

Um comentário:

Mada disse...

Creio que a maioria tem saudade da mocidade!
Que nunca lhe falte a inspiração, para agradar aos olhos que leem com satisfação!
Feliz 2010 poeta!

Bjsss