quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

QUE PARE O TEMPO

O ser humano nunca está satisfeito com o que se sucede ao seu redor. Quando criança, pensa crescer se tornar homem para usufruir as benesses de agir sozinho. Quando velho, quer voltar a ser criança para se livrar daquelas obrigações que tem que assumir para viver.
Bem pensado foi aquele soneto de Machado de Assis, intitulado CÍRCULO VICIOSO aonde o pequeno, inquieto e tímido vaga-lume, em noite sem nuvens, olhando ao céu, deseja ser aquela estrela que vê...
A estrela, com ciúme encara a lua dizendo: “Pudesse eu copiar o transparente lume”...
Já a lua olhando o sol que lhe empresta a sua claridade, se subestima, invejando-lhe a sua resplendência...
Finalmente o sol inveja a liberdade do vaga-lume que, não está ligado ao compromisso de levar todos os dias a sua luz a todo mundo.
Então:

Que Pare o Tempo


Cavalga o tempo no seu negro manto,
Impetuoso como um sarraceno...
No meu casebre eu me desfolho em pranto,
A procurar viver calmo e sereno.

Da meninice como por encanto,
Com rosas e jasmins, olor ameno,
Eu recebia como em acalanto,
Doce magia quando se é pequeno.

Do tempo as asas eu quero cortar,
Pra que fique parado esse momento,
Sem que me fuja do meu pensamento,

A doce infância que tive em meu lar.
Quero aprisionar o tempo e o vento,
Com as correntes que me empresta o mar

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