quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

ADVERSIDADE

ADVERSIDADE
AYRES KOERIG
Nós da classe média, não sabemos dar valor à posição que ocupamos ou, melhor dizendo, não nos importamos muito, com o que está acontecendo ao nosso lado, omitindo-nos muitas vezes de tantas coisas que poderíamos fazer pelo nosso próximo. Violências e tantos outros acontecimentos maus poderiam ser no seu percentual diminuídos. E por que não acontecem? Porque estamos vivendo muito solitários, enclausurando-nos quase que exclusivamente no aconchego da nossa família além do que, somos de um modo geral pusilânimes, pois temos medo da verdade, achando que é muito mais fácil, a omissão do que enfrentarmos a realidade que nos poderá trazer incômodos.
De quantas pessoas nós ouvimos dizer mal e não nos importamos de verificar na fonte, se o que de fato ocorre é verdadeiro, boato, ou fofoca.
Citaremos a seguir três ditados que calham neste comentário: “Onde há fumaça, há fogo”; “Vox popoli, vox Dei”; e, “ O povo aumenta, mas não inventa”.
Entretanto, o fato concreto é que se fôssemos visitar essas pessoas, quantas vezes poderíamos evitar o mal. Gandi dizia-se adepto da doutrina de Cristo, mas, detestava os cristãos porque não seguiam os seus ensinamentos.
Quem de nós não possui, dois, três ou mais agasalhos para nos abrigar em dias de temperatura baixa, quando vemos ao nosso lado, outros morrendo de frio? Ainda bem que Deus criou o sol e o fogo para aquecer as pessoas que não possuem capotes ou blusas de lã, capazes de esquentar seus corpos nos dias e noites gelados; essas compensações, entretanto não nos isentam do que Jesus nos recomendou.
Adversidade
Nas frias noites dum inverno rudo,
Ao escutar do vento o açoite forte,
Maldigo sempre quem teve a ma sorte,
De ter nascido lá onde falta tudo.
Trazendo um corpo quase que desnudo
Em quantas vezes seu desejo é morte;
Se tem idade de pequeno porte,
Sofre bastante, mas, terá contudo
Uma esperança de vencer a luta.
Mas se ele é velho não consegue nada...
Seus pensamentos sempre são tristonhos
E sofre cada vez mais, na labuta,
Da longa vida quase terminada,
Co’as frustrações dos seus mais lindos sonhos!

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